quarta-feira, 13 de junho de 2012

Datas sazonais são tão românticas



Me foi pedida uma carta, mas não somente uma carta, e sim uma carta de amor. Ah! A espontaneidade das datas sazonais – Dia dos namorados.

Não que eu não seja romântico, ou pior, um antipassional, mas o Amor assim como a palavra Deus já me foi muito repetida, ficou desgastada, o sentido da palavra ficou mais belo por sua pronuncia do que por seu conceito. Seu signo, e não estou me referindo ao zodíaco, tem mais significante, que significado. Virou fórmula de sucesso: musicas, textos, filmes, imagens – Tudo que fala de amor chama a atenção, vende, cria furor.

Eu particularmente acho chato ouvir histórias de amor, enredos sugados por Hollywood. Me soa falso e previsível tudo isso. Sempre que chega perto destas datas de espontaneidade coletiva me pergunto o por que estou nessa? Por que correr atrás de presentes, pegar filas, pagar mais caro por algo que duas semanas antes estava 50% mais barato.

O romantismo está em não se comentar tudo isso. Passar por isso é necessário, faz parte dos nossos ritos cabalísticos (advindo da palavra cabaço pra caraí), dos costumes sociais.

“Uma flor para marcar a data já seria o suficiente”- disse ela. Mas se essa flor vir acompanhada de um sapato ou uma bolsa, alguém vai se dar bem essa noite.

A verdade é que eu não me importo muito com tudo isso. Sei o que representa e não vejo algo tão errado assim, mas para permanecer como data romântica ninguém pode começar a esmiuçar seu sentido real.

Pensou, fez comparações, associações com o mundo capitalista e o marketing que a cerca, pronto, esquece a beleza e vai pro shopping.

Quando eu penso em amor penso em companheirismo, em confiança mutua, em família, em uma força que motiva o mundo. Gostaria que esse texto não fosse lido como critica ao amor e sim como reflexão sobre o mesmo. Eu não tenho nada contra o amor, eu inclusive amo ele.