Me foi pedida uma carta, mas não somente uma carta, e sim uma carta de amor. Ah! A espontaneidade das datas sazonais – Dia dos namorados.
Não que eu não seja romântico, ou
pior, um antipassional, mas o Amor assim como a palavra Deus já me foi muito
repetida, ficou desgastada, o sentido da palavra ficou mais belo por sua
pronuncia do que por seu conceito. Seu signo, e não estou me referindo ao
zodíaco, tem mais significante, que significado. Virou fórmula de sucesso:
musicas, textos, filmes, imagens – Tudo que fala de amor chama a atenção,
vende, cria furor.
Eu particularmente acho chato
ouvir histórias de amor, enredos sugados por Hollywood. Me soa falso e
previsível tudo isso. Sempre que chega perto destas datas de espontaneidade
coletiva me pergunto o por que estou nessa? Por que correr atrás de presentes,
pegar filas, pagar mais caro por algo que duas semanas antes estava 50% mais
barato.
O romantismo está em não se
comentar tudo isso. Passar por isso é necessário, faz parte dos nossos ritos
cabalísticos (advindo da palavra cabaço pra caraí), dos costumes sociais.
“Uma flor para marcar a data já
seria o suficiente”- disse ela. Mas se essa flor vir acompanhada de um sapato
ou uma bolsa, alguém vai se dar bem essa noite.
A verdade é que eu não me importo
muito com tudo isso. Sei o que representa e não vejo algo tão errado assim, mas
para permanecer como data romântica ninguém pode começar a esmiuçar seu sentido
real.
Pensou, fez comparações, associações com o mundo capitalista e o
marketing que a cerca, pronto, esquece a beleza e vai pro shopping.
Quando eu penso em amor penso em
companheirismo, em confiança mutua, em família, em uma força que motiva o
mundo. Gostaria que esse texto não fosse lido como critica ao amor e sim como
reflexão sobre o mesmo. Eu não tenho nada contra o amor, eu inclusive amo ele.