Imagem de Agnes Cecile |
Mas
que merda de aperto é esse, e essa saliva que não desce, esse enjoou leve e
esse tempo nublado lá fora?
Se
quer mesmo saber, eu não sei. Me pego falando comigo, refutando diversos pontos
da relação humana, discutindo sobre liberdade, monogamia, fidelidade, traição e
sorvete de creme.
Há
razão em escolher o sorvete de creme se você pode escolher o misto, existe amor
sob tutela, monogamia é um tipo de madeira, existe liberdade, e principalmente,
ser feliz é não ser infeliz?
Ta
subjetivo de mais, né? Ok, é provável que eu continue assim até o final do
texto, então aconselhou parar de ler por aqui.
Peguei
do meu pai, herança congênita, essa infelicidade com o estar, esse desgosto com
o próximo e até comigo mesmo, esse descontentamento com o presente. Esse caos
interno se intensifica em situações de impasses emocionais. A emoção e a razão
ficam discutindo, uma querendo ser mais certa que a outra. A emoção grita feito
uma mulher de TPM, cheia de razão só por estar pressentindo isso ou aquilo. Diz
que vai dar merda, que é preciso escolher, que o certo nem sempre é o que
gostaríamos e que eu sei como fazer passar essa angústia. Já a razão responde
com ar de prepotência, e com pedância em seu discurso. Diz que tudo é relativo
e que infelizmente todos os lados tem suas razões e argumentações válidas. Uma
diz que eu to errado enquanto a outra diz que todos estamos certos, dependendo
do prisma.
Estranho
é me pegar ouvindo hardcore, parecendo adolescente novamente. Tenho uma
desculpa plausível pra isso, é que só consigo escrever ouvindo música gringa,
para não ficar prestando atenção na letra, mas de qualquer forma isso é tão
juvenil.
Bem,
mas enfrentarei isso como um homem adulto, com maturidade, serenidade,
ponderando os pontos levantados, com muito álcool correndo no sangue, caçando
vaginas como um ser irracional, andando entre amigos que também se perguntam
se não seria melhor estar com uma garota legal, mas fingem que boceta e álcool
são o sentido oculto/explicito da vida.
Pra
ser sincero, se quer mesmo saber, eu não sei.