terça-feira, 17 de maio de 2011

Fobia ao igual diferente



Desde seus primórdios o homem tende a temer o desconhecido. Seu cérebro, ou mais precisamente a parte denominada de cérebro reptiliano, assimila o encontro com o inesperado e o diferente como sendo uma ameaça. Porém, existe muito mais do que ações químico/cerebrais por trás de atos de repulsa. A falta de conhecimento, ou o conhecimento limitado advindo de seu ambiente social e principalmente familiar limita o homem - e quando falo em homem falo em gênero – a interpretar de forma rasa o novo.

Novo... Atribuir à homossexualidade o caráter de “novo” é dizer que mais de 4.000 anos é uma idade ínfima. Na Grécia Antiga (2.000 a.C), já se encontra relatos de relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, porém, não havia a denotação de homossexualidade, pelo fato de que a sociedade Greco-Romana encarava o sexo baseado em prazer e em uma ligação divinal com os seus deuses.

“A homossexualidade é um fenômeno muito antigo, do qual há evidências tanto na arte pré-histórica quanto na pictografia e nos hieróglifos de culturas da antiguidade.”(Alderi Souza de Matos, http://www.monergismo.com/textos/homossexualismo/homo_alderi.htm)

Mas não tão longe dos tempos atuais, em 1937, o livro Capitães da Areia, de Jorge Amado, menciona a postura religiosa do personagem Padre José Pedro, ao convencer Pedro Bala, o líder dos Capitães da Areia, a “criminalizar” a pederastia dentro de onde moravam. Isso ilustra a postura adotada pela igreja cristã quanto às relações homossexuais. Ao contrário de diversas culturas que o antecederam, o Cristianismo proíbe as relações homossexuais baseado na Bíblia, Romanos 1:26-27. Porém, a Igreja Católica também apoiou os ideais de Hitler no inicio do Nazismo e foi complacente com o racismo durante anos.

Já não é mais aceito a denominação “homossexualismo”, pois desde 1973 as principais organizações de saúde, inclusive as de psicologia, deixaram de classificar as relações homossexuais como distúrbios ou patologias.

Atualmente, mais precisamente no dia 05 de maio de 2011, se tornou legal perante ao Superior Tribunal Federal a união homoafetiva, onde juridicamente gays podem se casar no Brasil, tendo sua união estável reconhecida pela justiça, garantindo direitos como pensão, herança, comunhão de bens e previdência social, devendo também facilitar a adoção de crianças por esses casais.

Cada vez mais a sociedade se distancia da ignorância, e tem menos argumentos para suas afirmações engessadas sobre suas verdades absolutas. Porém, “a noite sempre é mais escura antes do amanhecer”, e os relatos de atos violentos contra homossexuais ainda são constantes. A Avenida Paulista, em São Paulo, já virou palco para essas ações, mas a animália não para ai, pois no ano de 2010 o Grupo Gay da Bahia (GGB) fez um levantamento sobre assassinatos da comunidade LGBT no Brasil, que registrou 270 mortes.

E mesmo sabendo de todos esses fatos o Deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que cumpre sua sexta legislatura na Câmara dos Deputados do Brasil, diz a quem queira ouvir que é contra os direitos dos homossexuais e que o Ministério da Educação (MEC) estimula a homossexualidade com a distribuição dos kits anti-homofobia nas instituições de ensino fundamental e médio.

Meu discurso não é em prol das relações entre pessoas do mesmo sexo ou de sexos diferentes. É em busca pela aceitação e compreensão de que não é a cor da pele, opção sexual, escolha religiosa, posição social, bandeira partidária ou “tribo cultural” que nos faz diferentes. A nossa diferença está em como agimos com o próximo, pois ele, quer você queira ou não, lhe é semelhante por ser humano.

terça-feira, 10 de maio de 2011

TCC de 2010 - Publicidade e Propaganda - Cliente:Brastemp - Linha Maxi de Micro-ondas





A agência de publicidade, da qual fiz parte, no último ano de universidade se chamava Dado Comunicação. Nosso trabalho de conclusão de curso foi elaborar uma campanha para a "Linha Maxi de Micro-ondas Brastemp".

-Objetivo de Comunicação

O objetivo de comunicação foi posicionar a linha Maxi de micro-ondas, que já está no mercado, mas não é bem conhecida, devido a pouca exposição de seus benefícios e qualidades aos consumidores finais através dos meios de comunicação mais adequados, priorizando a mídia eletrônica que é onde o consumidor está mais presente.

-Conteúdo Básico da Comunicação

O objetivo foi mostrar a linha Maxi de micro-ondas Brastemp como sendo itens de extrema qualidade, incorporando o peso que a marca Brastemp já possuía no mercado, e com uma jovialidade em sua comunicação.

-Problemas

A linha Maxi de micro-ondas Brastemp foi lançada em 2007, porém não aplicando nenhuma comunicação de definisse claramente os produtos como sendo pertencentes a mesma linha. Sendo assim a identidade da linha estava prejudicada e seus diferenciais passavam desapercebido pelo consumidor.

-Detalhamento do Público Alvo

Identificamos através da pesquisa de campo realizada, que o público alvo para a linha de micro-ondas Brastemp, em especial a linha “Maxi”, estava na faixa etária de 25 á 35 anos de idade, tendo como público primário casais que possuíam salário entre R$2.012,67 à R$6.563,73 por pessoa, pertencentes as classes A2/B1/B2, com segundo grau completo / nível superior completo ou incompleto / pós-graduação. Imóvel próprio ou alugado.Buscavam aproveitar ao máximo o tempo livre para atividades familiares e lazer com os amigos, frequentam shoppings, gostam de passear com a família no período noturno aos finais de semana. Quando estavam em casa gostavam de preparar um almoço ou jantar mais caprichado, mas não é sempre que isso acontece, por isso buscam praticidade. Eram antenados às tendências, e na hora de comprar o micro-ondas o design e a qualidade eram primordiais, buscavam algo moderno, atual e com a cara deles. Liam revistas (Veja e Época), jornais (Folha de São Paulo e Estado de São Paulo) e livros (romance, drama e ação). Possuíam acesso a internet, em portais informativos e sites de compra, tendo grande hábito de pesquisar pela internet produtos com valor mais expressivos. A maioria dos entrevistados respondeu que além de qualidade, deve-se valorizar o design e os recursos que o produto oferece.

- Posicionamento

A Brastemp queria posicionar a linha de produtos de micro-ondas “Maxi”, como a 1º opção no segmento, isto é, como sendo um produto inovador, prático e de qualidade que surge na cabeça do consumidor, quando pensa em micro-ondas. Aproveitamos a força que a marca Brastemp adquiriu no decorrer de sua história, para acrescer credibilidade aos micro-ondas da linha “Maxi”. A idéia foi justamente mudar o paradigma de associação da Marca somente com geladeiras e máquinas de lavar, incluindo a linha de micro-ondas como “top of mind” quando se trata de Brastemp.

- Conceito

Apresentaremos uma comunicação clara e objetiva, demonstrando que quem opta pela linha de micro-ondas “Maxi” da Brastemp, estaria comprando além de um produto de qualidade e praticidade, um produto que permite a personalização de certas funções, isto é, tornar o produto a “cara” do consumidor através do botão: “Do meu Jeito”.

-Objetivo de Comunicação

Orientamo-nos por uma pirâmide, onde as bases são a praticidade e qualidade do produto e o topo é o conhecimento que a empresa carrega, sendo estes interpretados por uma campanha guarda chuva, onde produto e empresa chegam aos olhos de nosso público alvo com poder de persuasão, deixando claro que a Brastemp possui produtos para um público diferenciado, consumidores que procuram mais do que funcionabilidade. Por isso pretendemos através dos meios de comunicação vender conceito, estilo de vida. A identificação com o que há de melhor se tratando de micro-ondas, com o “background” de uma das maiores empresas de eletrodomésticos do Brasil, a Brastemp.


O público em potencial da linha Maxi de micro-ondas Brastemp já conhece o produto, o objetivo da comunicação é mostrar os novos benefícios e características. Os produtos têm como diferencial a tecla "Do meu jeito", que permite ao consumidor programar tempo e potência exatos para o preparo de seu alimento. Portanto, a comunicação, irá posicionar o produto no mercado, como a primeira opção em micro-ondas com customização no modo de preparo.

-Arte e Contextualidade Banner PDV (Versão Luana)

Banner que foi exposto nos PDV’s.
Titulo: Luana, 26 anos.

Texto:
Luana sempre dança como se não houvesse ninguém a sua volta. Ela não é estranha, só dança do seu jeito.
Linha Maxi Brastemp, a única linha de micro-ondas que possui a tecla “Do meu jeito”. Mais facilidade só tendo o seu jeito.

Assinatura: É assiiim… uma Brastemp!

Fonte utilizada: Myriad Pro

Com a linha criativa adaptada para materiais de PDV, o objetivo é transmitir que a linha maxi de micro-ondas Brastemp é a única que possui a tecla “Do meu jeito”.

Para passar ao consumidor o conceito e a facilidade da tecla “Do meu jeito” optamos pela analogia do micro-ondas ligada a individualidade das pessoas. Todos somos diferentes, ninguém é igual a ninguém, todos temos jeitos, costumes e manias únicas, a Brastemp entende que a beleza está na diversidade, em podermos ser exclusivos, por isso desenvolveu a linha Maxi de micro-ondas, a única que tem a capacidade de se adaptar a todos nós, cada um do seu jeito.

E com a peça do início da página, através do discurso informal nos conectamos ao público alvo do produto e transmitimos o principal beneficio da linha.

O trabalho com certeza foi muito maior que isso, mas pelo menos vocês podem entender mais ou menos o que fizemos.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Saúde pública: De terceira ou de terceiro mundo?


O sistema de saúde brasileiro instituído à partir da Constituição de 1988 e implementado por leis promulgadas em 1990, prevê a universalização, reconhecendo a saúde como um direito fundamental do ser humano e direciona a responsabilidade dos serviços de atenção e acesso em seus diversos níveis de complexidade ao plano Estatal. O SUS (sistema único de saúde) representa hoje o principal comprador de serviços de saúde no país, segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências Sociais na Fundação Oswaldo Cruz, RJ. (Ciên. Saúde coletiva. Vol.14. no.3 Rio de Janeiro May/June 2009).

Sim, o SUS foi uma das maiores conquistas sociais na democratização das ações e serviços de saúde. É importante salientar que a implementação do SUS gerou grandes mudanças na antiga duplicidade e fragmentação dos serviços, transferindo toda a responsabilidade pela saúde no plano federal ao nosso conhecidíssimo Ministério da Saúde. Porém, mesmo parecendo estar tudo nos conformes, e as críticas inegáveis da população e dos próprios dirigentes e funcionários das unidades de saúde pública ganharem um formato de insatisfação banal e impertinente. Não é bem assim...

Obviamente a manutenção do programa não é uma tarefa fácil, dada sua complexidade e as, nem sempre, tão claras falhas governamentais. Buracos financeiros e gastos não justificados surgem como pauta de notícia em uma frequência lamentável. Não é à toa que não apenas o sistema único de saúde não funciona com plenitude, como parece não evoluir e os cofres reservados à gastos privados do nosso “rebanho” político andam superfaturados. Em uma pesquisa com uma estudante da universidade de São Paulo que participa de estágios observacionais e intervenções em unidades básicas de saúde há mais de um ano, questionei sobre as principais falhas deste modelo, que em teoria parece ser tão excepcional e eficaz:

“Realmente o projeto do SUS é, em tese, irrevogavelmente satisfatório. Mas é difícil chegar em uma UBS esperando encontrar as falhas administrativas da própria unidade, e descobrir que o buraco é muito mais embaixo. Descobrir que a farmácia de um centro de saúde não dispõem de um farmacêutico e que quem anda fazendo o controle de medicamentos não foi capacitado pra isso, descobrir que projetos incríveis como a UAD (Unidade de atendimento domiciliar) não conseguem atender toda a demanda por falta de comprometimento e cumplicidade organizacional, e isso advém de um problema lá atrás, não surgiu depois que o prédio foi instalado naquela região. Salas que ainda arquivam prontuários em folhas de papel dentro de gavetas por que o lugar não é informatizado, gente que demora meses pra conseguir uma consulta, gente que não faz a mínima idéia dos seus direitos e fica andando de unidade em unidade atrás de atendimento emergencial sem qualquer sucesso.” – Mariana, estudante do curso de gerontologia da USP.

Um grande agravante mencionado pelos munícipes, usuários do SUS, é a burocratização do sistema, que se mostra como uma ferramenta para tornar a busca pelo atendimento em uma árdua “peregrinação” de UBS’s à AMA’s. Além disso, a falta de funcionários e o péssimo estado dos centros de atendimento corroboram com a imagem decadente e fraudulenta de um governo mal administrado e cheio de descaso com o povo.

Como se não bastasse os agravantes já mencionados, temos também os convênios, que tem usado os programas de distribuição gratuita de medicamentos, disponibilizado no SUS, para seus conveniados. Em uma reportagem de Cláudia Collucci, publicada na edição de 8 de Fevereiro, na Folha, cinco usuários de diferentes planos de saúde confirmaram a prática, constando também queixas semelhantes no Indec (Instituto de Defesa do Consumidor).

José Gomes Temporão, antecessor de Padilha no Ministério da Saúde, afirmou em 2010, que o investimento no setor é de cerca de 7% do PIB - o equivalente a R$ 300 bilhões por ano – porém, apenas 40% desses gastos em saúde são públicos. Os outros 60% são recursos da iniciativa privada. Com isso te pergunto: Se estamos na 14ª posição entre os países com maior carga tributário do mundo; se em 2010 o país gerou uma riqueza de R$ 3.684 trilhões (PIB), enquanto no mesmo período os contribuintes (pessoas físicas e empresas) pagaram R$ 1.291 trilhões em tributos, resultando em uma carga tributária de 35,04% do PIB; se pagamos mais impostos que países europeus altamente desenvolvidos, como é o caso da Dinamarca (48,2%), Suécia (46,4%), Itália (43,5%) e Bélgica (43,2%), países esses que prestam serviços de saúde exemplares aos seus contribuintes; qual a explicação para a atual situação da saúde no Brasil?

O caos se estabelece e me parece realmente que é interesse da atual administração da secretária de saúde sucatear o SUS e dificultar ao máximo o atendimento satisfatório na rede. Acredito que isso se dê pela facilitação em adquirir “favores” ilícitos, subornos e cobrança de propinas com a terceirização do sistema, que já acontece, e com a idéia Norte Americana de privatização do setor, que mesmo lá já está caindo por terra.

(Diego de Jesus - Publicado pelo Jornal Juntos)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Menina que Lembro



Me apaixonei pelo seu cérebro
que belo cérebro
e tão rosado


Outrora em plena aurora
eram os olhos, que belos olhos
acajuzados


Já me encantei com a sua fala
que nunca para
que nunca cessa


O seu caminhar desconcertante
sua destreza
que era canhota


Em sua vida adulta és tão adultera
mas não a culpará
é tão bem quista


Não sei se te criei ou se sonhei
mas eu me lembro
e disso eu sei



O homem em vida adulta são as partes
de uma matiz
criada por mulheres


que passaram por sua vida e deixaram
parte de um peso
como em um halteres