quinta-feira, 14 de novembro de 2013





Vazio. 

No peito, n'alma, no estomago.

O peito eu ignoro, pago sem pedir troco. Ainda'ssim é pouco

A alma eu nutro, peço por clemencia em minha total Abstinência 

E o estomago? Esse eu maltrato igual, a tantos anos quanto.

Um vazio repleto.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Grite, como nunca antes.




Vandalismo? Eu chamo o que houve nas manifestações de RESPOSTA de EFEITO de REAÇÃO a um Estado que se omite de suas obrigações, que usurpa a posição de representante do povo quando somente representa um nicho de grandes corporações mafiosas. 

Não é por vinte centavos, é pela liberdade de ir e vir, não é pra fazer algazarra, é para quebrar as correntes dessa nossa ditadura velada.

Desculpem se discordo completamente da opinião das pobres almas reacionárias e de ideologias midiáticas, esses que questionam sobre o bem privado, sobre como esses "vândalos" estão destruindo tudo. Eu questiono a vocês sobre o bem público: Por que o transporte público é privado? Por que a saúde pública não funciona? Por que a educação inexiste? Quem se favorece com isso? e o mais importante é: quem é prejudicado? 

Os "vândalos" estão nas ruas lutando, e as "pessoas de bem" compactuando com um Estado criminoso.

Não ha inteligencia alguma em protestar de forma dócil. O Estado não se mexe se não for incomodado. Quando aceitamos o discurso contra a luta do povo na rua, estamos aceitando o que o opressor nos impôs. Somos as mulheres estupradas achando que mereceram seu destino, somos o cão que apanha e volta com o rabo entre as pernas, somos fracos e submissos a um regime que favorece poucos. Não, não mais.

Hoje tivemos mais uma vitória...10 MIL PESSOAS DO POVO lutando contra o disparate dos nossos "representantes políticos". Agora não há mais volta.

Todo ano crescemos. A luta não é pontual e nem começou agora. 

Não se preocupem, não precisam lutar. Fiquem em seus sofás, reclamem do governo em mesas de bar, assistam novelas que não retratam em nada a realidade em que vivem, deixem que lutem por vocês. E todos nós, inclusive os que não são a favor da luta, seremos beneficiados. Ou, saia na rua e grite como nunca antes.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Linhas



Pensando em soluções para a vida, para o mundo e para o almoço, notei que uma linha verde saia de traz de minha cabeça. Uma linha de luz verde saindo da minha nuca, deixando um rastro enquanto eu andava. Estranho eu nunca ter reparado nela, afinal era bem viva e clara, como um tubo fosforescente que cintilava e oscilava flutuante.

Olhei em volta e reparei que todos também emitiam tal linha, porém com variações de cores e intensidade. 

Continuei a andar e reparar nas pessoas e em seus tubos. Por associação consegui ligar a cor da luz com as feições nos rostos e com as palavras que por ventura eram emitidas pelos transeuntes. Pareciam diretamente ligadas. Como por exemplo o homem que estava no carro, buzinando e bravejando; sua linha variava entre um vermelho escuro e um marrom bem denso, causando certo desconforto, confesso, enquanto o via.

Vi também uma bela mulher de seios fartos emitindo uma luz amarela e laranja. Seu sorriso era evidente, enquanto contemplava os pássaros que cantavam na árvore a sua frente. Notei logo que dela também saia uma luz na altura da coluna, mais fraca, de uma tonalidade azul clara. 

É certo que não reparei logo de início, mas se tratava de uma mulher grávida. 

Já acostumado com a ideia e entendo melhor o que talvez significasse tal rastro, me surpreendi novamente quando me deparei com o cruzar de uma linha com outra.

O homem que corria pelo parque passou por outro trajado de social, causando um impacto entre os traços. Aparentemente nem um nem outro notou nada. Continuaram seus caminhos como se nada tivesse acontecido. Um sem notar a presença d’outro. Mas, prestando atenção minunciosamente no rosto do homem sério, de social, vi um esboçar de vitalidade, um rubor nas maçãs do rosto e um aumento na velocidade do caminhar.

Esse impacto me chocou, e me atentei ainda mais para possíveis colisões.

Vi um casal jovem. Dezoito, dezenove anos. “Entregues num abraço que sufoca o próprio amor”, fazendo o mundo a sua volta parar como somente os jovens sabem fazer. Suas linhas se emaranhavam em um nó desconexo, com cores vibrantes e pouco definidas. Estava tudo enrolado em volta deles e não dava pra saber onde um começava e o outro acabava.

Sim, existe a possibilidade de eu estar louco, vendo coisas. E o que mais me perturba é a serenidade que me encontro ao me deparar com essas visões completamente novas. Me sinto como Gregor, quando não questiona o por que de sua metamorfose e sim o como isso influenciará em sua vida dali por diante. Mas a loucura e a sanidade estão nos olhos de quem as julga. E se posso encarar de forma analítica tal situação, por que não contemplar o novo e me surpreender com as possibilidades?

Não quero mais ser o dono da certeza pois é do etnocentrismo a verdade absoluta do ignorante, quero analisar e não mais julgar, mas temo, pois não há dedo indicador que não aponte.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Priscila Colossal




Eu vou pra casa
Minha cachorra morreu
Vou pensando e refletindo
Vou enterrar o corpo que era seu

Vou pensando, refletindo
Enquanto encaro minha cara
No reflexo transparente
Do vidro do ônibus que me leva

E a morte aqui a pairar
E sozinho começo a assoviar
Te chamando como sempre chamei
Quando não conseguia te achar.
Chorei.

Pele, pelo e carne
Não são o que nós somos
Somos a imortalidade
Somos o que já fomos

O que mais me estranha é pensar
A ironia do universo a brincar
Priscila, que por não emprenhar e tão pouco castrar
Grávida de um tumor foi se deitar.