Eu vou pra casa
Minha cachorra morreu
Vou pensando e
refletindo
Vou enterrar o corpo
que era seu
Vou pensando,
refletindo
Enquanto encaro minha
cara
No reflexo
transparente
Do vidro do ônibus
que me leva
E a morte aqui a
pairar
E sozinho começo a
assoviar
Te chamando como
sempre chamei
Quando não conseguia
te achar.
Chorei.
Pele, pelo e carne
Não são o que nós
somos
Somos a imortalidade
Somos o que já fomos
O que mais me
estranha é pensar
A ironia do universo
a brincar
Priscila, que por não
emprenhar e tão pouco castrar
Grávida de um tumor
foi se deitar.