quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Teclas Mudas



A liberdade é um direito que a muito se luta para ter. 

Diz-se que é da democracia a suprema liberdade de ir e vir, fazer e ser o que bem quiser, porém o que se vê é um sistema que escraviza mentes, corpos e almas, por meio do medo e de condicionamento progressivo ao decorrer da vida. O que se vê são estados governados por instituições, empresas e seres sem nome e muito poder. O que se vê é uma liberdade retratada em campanhas publicitárias, com jovens tomando cerveja, Cowboys fumando cigarros, homens bem sucedidos em seus belos carros e mulheres livres de odores menstruais graças ao leve aroma do campo em seu absorvente. 

E lá está ela, a internet, o meio de comunicação que emergiu com a força de um mastodonte, o canal que liga informações, corretas e incorretas, de forma ágil e dinâmica.

Vejo a internet como uma forte ferramenta, um megafone onde a voz daqueles que são calados há tanto tempo finalmente tem vazão, onde o pensar e o expressar das ideias fluem, interagindo e evoluindo com as demais correntes de pensamento, crescendo e tomando forma, copiando e colando, sampleando e tomando perspectivas novas e criativas.

Sou contra o engessamento deste meio. Eu, que não vejo muita credibilidade nos movimentos anarquistas, mas que os admiro por seus ideais, vejo na internet o sistema utópico funcionando, vejo o mais próximo que já chegamos do real sentido da palavra liberdade, vejo o brilho de um amanhã onde talvez o ser humano consiga evoluir de forma coletiva, onde o sintético se torne orgânico.

Digo não a regulamentação da rede. Digo não a UIT, pois eles não nos representam e suas normativas só colaboram para cada vez mais estarmos aprisionados e sob a tutela de poderes invisíveis que usarão de nossa ignorância, nossos dados pessoais, nossas características psicossociais, nossos hábitos e crenças para nos manipular, controlar e nos parar quando for necessário.